21 de setembro de 2010

FARINHA DE BANANA VERDE É ESPERANÇA PARA DIABÉTICOS

A banana verde tem um amido resistente, cuja digestão liberaria substâncias benéficas ao organismo

Globo Repórter

Ao longo do litoral brasileiro, milhões de bananeiras revelam a nossa vocação tropical. Em algumas regiões, as plantações cobrem de verde milhares de hectares, como no Vale do Ribeira, sul de São Paulo. Foi lá que dona Heloísa tentou ser fazendeira. Mas descobriu, rapidinho, que o negócio não era tão fácil.

Os cachos são colhidos ainda verdes. O que não encontra comprador vira lixo. E de tanto ver o desperdício, dona Heloísa foi inventando um jeito de aproveitar as sobras. “Comecei com a sopa, depois a casca, como eu não tinha pão, nem nada, eu comia a casca. Porque eu sentia que parecia uma vagem refogadinha”, conta ela.

Comer banana verde é tradição no Vale do Ribeira. Depois de cozida, é claro. Mas ninguém imaginava que a banana verde poderia ser tão versátil. Dona Heloísa foi descobrindo que dá pra fazer qualquer coisa com essa massa. Ela batizou a receita de bio-massa e usa para incrementar o cardápio - de bombom a pasteizinhos.

É bom para economizar e agregar valor nutritivo à comida. A novidade é que só a banana verde tem amido resistente, uma substância que se perde quando a banana amadurece. O amido resistente funciona como um modulador dos níveis de colesterol e glicose no sangue.

“A banana verde é bom para a redução do colesterol, para prevenção e tratamento do diabetes, para prevenção do câncer do cólon, e para aumentar a absorção dos nutrientes do organismo porque favorece uma boa saúde intestinal. Isso é uma idéia comprovada em animais, estamos agora começando a verificar em humanos", conta a nutricionista Valéria Paschoal.

A dúvida é: será que o amido resistente continua funcionando, com todas as suas propriedades, depois que a banana verde é cozida. Essa é a pesquisa que uma equipe da Universidade Federal de São Paulo. Esclarecer isso é fundamental para saber se a bio-massa da dona Heloísa é mesmo um novo alimento funcional ou apenas um complemento nutritivo.

Depois de pesquisar 15 variedades de bananas, os cientistas já comprovaram vários benefícios da fruta. Uma delas, a banana missouri, surpreendeu até os pesquisadores. “Ela tem o dobro de fibras de outras variedades e metade do teor de açúcares”, explica o professor de nutrição Franco Lajolo.

Acrescentar vitaminas ao prato do brasileiro também é desafio para os técnicos dessa fazenda experimental, em Brasília. A plantação é um exemplo dessa busca por um alimento mais saudável. Aqui está nascendo uma cenoura com 35% mais vitamina A do que as cenouras comuns.
Falta de vitamina A pode causar desnutrição grave em crianças e até cegueira. O agrônomo mostra a diferença: a cenoura comum tem a parte superior esverdeada e é mais clara nas laterais. A nova cenoura desenvolvida aqui recebeu o nome de alvorada. Ela tem a cor mais alaranjada, o que significa um maior teor de carotenóides.

“Se você tiver o hábito de comer uma cenoura que tem um conteúdo de carotenóide, de pró-vitamina a maior, vai ter reduzida a sua chance de contrair alguma doença, do tipo avitaminose A, que é um problema sério em algumas regiões do Brasil”, esclarece Jairo Vidal Vieira.

De grão em grão, essas galinhas enchem o papo de milho, soja e carvão vegetal. A ração vitaminada servida em uma granja de Jaboticabal, no interior de São Paulo, é resultado de uma pesquisa para reduzir o teor de colesterol do ovo. Os cientistas descobriram que o carvão de churrasqueira moído cria uma espécie de purificador no organismo da galinha.

O carvão retém parte do colesterol e os dois são eliminados nas fezes. Testes de laboratório comprovaram que o ovo da galinha alimentada com a ração com pó de carvão tem 22% menos colesterol do que os ovos comuns. Os cientistas constataram também uma redução de 30% do colesterol na carne das galinhas poedeiras.



Fonte : Site Gazetaweb.com

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